Junho de 1994 - Revista Quatro Rodas - Número 407

Nesta seção, recuperamos a história e a evolução do Chevrolet Corsa através das reportagens veiculadas na mídia especializada. Aqui, você fica sabendo tudo a respeito do carro no ponto de vista de quem entende do assunto. Podem ser encontradas aqui desde reportagens mais antigas até as mais recentes, com todas as informações que foram registradas durante a existência do Corsa. E, cá para nós, foram muitas as atenções prestadas pela mídia ao nosso querido carro.
Responder
Avatar do usuário
Wilson
:: Administrador ::
Mensagens: 2711
Registrado em: Segunda-feira 03 2003f Novembro 2003 05:50:44 PM
Localização: São Paulo - SP
Modelo do veiculo: CORSA GSI 16V
Ano de fabricação: 1996

Junho de 1994 - Revista Quatro Rodas - Número 407

Mensagem por Wilson »

Imagem

UMA GRANDE DIFERENÇA


Motor mais potente e muitos atrativos de conforto. E assim a General Motors cria o Corsa GL 1.4 EFI.

Seu motor de 1389 cm cúbicos impressionou pela economia de combustível: média de 13,09 km/l


Quantos felizardos tiveram, até agora, o privilégio de colocar um Corsa na garagem? Poucos. Mas a novela de filas e ágio que acompanha o novo General
Motors pode mudar com o lançamento do segundo membro da família, o Corsa GL 1.4 EFI, em junho.

Essa, pelo menos, é a expectativa da montadora. “Não esperamos que tais problemas se repitam com o GL”, afirma o diretor de Marketing e Vendas da GM,
Alan Kennedy. “Afinal, seu preço é mais alto.” Quanto, exatamente, ele não conta, mas deve se situar na faixa dos 11000 dólares, sem opcionais. E só
poderia ser mais caro mesmo, uma vez que a nova versão tem motor 1.4 - não se beneficiando dos impostos menores permitidos aos modelos 1000 — e nível
de acabamento superior ao de seu irmão popular. A montadora bem que tentou colocar no mercado um Corsa Wind com motor 1.4 opcional (o que elevaria o
preço do carro para mais de 9000 dólares), mas não conseguiu chegar a um acordo com o governo.

SALTO DE 10 CAVALOS. O propulsor de 60 cv faz, de fato, toda a diferença. O ganho de agilidade — a principal limitação do motor 1.0 do Corsa Wind — é
significativo. Em nossa pista de testes, os 10 cv a mais de potência do 1.4 permitiram que atingisse a velocidade máxima de 150.2 km/h (contra
142.0km/h do popular), acelerasse de 0 a 100 km/h em 15s39 (19s77 do Wind) e fizesse a retomada de 40 a 100 km/h em 28s55 – exatos 17s32 a menos que o
tempo marcado pelo 1000! Na prática, esses números se refletem em um comportamento satisfatório na cidade e adequado na estrada, onde os cavalos
suplementares traduzem em ultrapassagens seguras e velocidade constante sem que seja preciso pisar fundo no acelerador. A condução do carro foi
facilitada pelo bom escalonamento de marchas do câmbio F13, igual ao do Wind, e pela direção mecânica (pelo menos por enquanto, sem hidráulica
opcional), que mostrou-se leve em manobras e firme em velocidades mais altas.

Pra quem esperava menos economia do motor maior, uma surpresa: sua média de consumo ficou em 13.09 km/l de gasolina, melhor que a de qualquer carro
1000 — exceto o Chevrolet. Na cidade, o Corsa 1.4 fez 11,81 km/l, o que lhe dá o segundo lugar no "Ranking” de QUATRO RODAS, atrás somente do Wind. Na
estrada, os 400 cm cúbicos a mais de cilindrada compensaram: vazio, percorreu 14,78 km com um litro de gasolina, e, com carga total (470 litros),
13,97 km/l. Ambos os números superaram os do irmão menos potente. Explica-se: não só o propulsor de 60 cv é menos exigido nessas situações, como a GM
ainda aumentou a taxa de compressão do motor 1.4.

O carro, entretanto, tem muito mais do que um bom motor. Uma de suas principais qualidades é, a exemplo do Wind, a estabilidade. Obteve O,89g em
aderência lateral, igual ao décimo colocado de nosso "Ranking", o Escort 2.0i XR3. Seu número, superior em 0,1g ao Corsa Wind, deve-se, segundo a GM,
à barra estabilizadora que foi acrescentada ao já eficiente sistema de suspensão. Quanto à frenagem, não há o que acrescentar : os sistemas de freio
do GL e do Wind são idênticos. Vindo a 80 km/h, a nova versão parou em 28,9 m — apenas 0.2 m a mais que o popular.

PARTES IMPORTADAS. Em um ano, a GM desenvolveu o motor de 1389 cm cúbicos. A partir do bloco do 1.0, a Engenharia re-trabalhou o cabeçote e aumentou
as medidas de diâmetro de curso dos cilindros, assim como a taxa de compressão (9.14:1 no motor 1.4, 9.2:1 no 1.0). "O cabeçote e os coletores são
importados, e os sistemas de injeção e ignição, semelhantes aos da Opel, foi adaptado ao combustível e às condições brasileiras", conta o gerente de
Engenharia de Programas de Produto da GM, Ladislaus Marton.

“O fato de o motor 1.4 existir na Europa ajudou, mas foi preciso mudar alguns materiais, que não resistiriam ao poder corrosivo do álcool presente em
nossa gasolina”, afirma o gerente de Planejamento de Produto da GM, Frederico Themoteo Júnior. Ele garante que os componentes importados serão
nacionalizados em breve, sem definir quando. No início da produção, em maio último, o Corsa 1.4 tinha 70% de componentes made in Brasil. Daqui a um
ano, deve subir para cerca de 85%.


Ele reúne as mesmas qualidades do Wind 1.0, mas com ainda mais tecnologia.


Resta uma questão crucial: de que maneira a GM pretende ocupar suas linhas de montagem com a versão 1.4, se nem consegue atender as filas de
consumidores atrás do Corsa 1.0? "Chegamos a investigar a possibilidade de trazer unidades da Europa, mas, por uma questão de custo, não valia a
pena”, conta Kennedy. “Em termos de produção, porém, não faz diferença se é um ou outro”, explica. “No início, a produção do GL será relativamente
baixa. Os números de venda de Gol, Uno e Escort nos dão parâmetros, mas é o mercado que ditará a produção. Até o final do ano, 80000 Corsa sairão de
nossa fábrica, e pretendemos acelerar a produção ainda mais para suprir a demanda", garante.

OPÇÕES NADA POPULARES. Iguais na linha de montagem, diferentes em conceito. Mas isso nem sempre fica evidente para quem os vê na rua, seja evidente.
Externamente, o GL ganhou finos frisos laterais pretos, calotas e discretos logotipos na traseira e no lado das portas. E só. “Não havia muito a fazer
para diferenciá-los”, admite Themoteo. "E o GL não vem para ser o top da linha, ou um carro caro — e isso pela própria definição do segmento dos
pequenos.” Ou seja, a GM optou por não enfeitar o carro para ter um preço melhor.

Por dentro, porém, o 1.4 ganhou, de série, tecido de revestimento mais espesso, banco traseiro rebatível em 1/3 e 2/3 com encostos de cabeça, e painel
mais completo. Além de velocímetro, hodômetro total, marcador de combustível e de temperatura da água, incorporou conta-giros e hodômetro parcial.

São, no entanto, os novos equipamentos opcionais do console central que mais chamam a atenção. A primeira coisa que se nota é o pequeno mostrador
digital – semelhante ao check-control do Kadett GSi —, que, com o rádio desligado, registra a hora, a data e a temperatura externa. Quando se liga o
rádio/toca-fitas estéreo, a data é substituída pela freqüência da estação (AM ou FM) ouvida. Logo abaixo do mostrador ficam as saídas de ventilação e
o ar-condicionado quente/frio, com quatro regulagens de temperatura. O aparelho utiliza gás R134A, que não destrói a camada de ozônio, e é
“inteligente”: quando se pisa fundo no acelerador por dois ou três segundos, o compressor desliga para não roubar potência do motor. Quem gerencia
esse sistema é a injeção eletrônica.

Os opcionais continuam com as travas centrais e comandos elétricos dos vidros – do tipo one-touch, têm sensor antiesmagamento mas carecem de
temporizador -, alarme na fechadura da porta do motorista, limpador e lavador do vidro traseiro e rodas de liga leve com pneus 165/65 R 14. O
comprador pode escolher entre pacotes de opcionais ou acessórios avulsos.

O segundo integrante da família Corsa chega como uma seqüência prevista dentro do cronograma da GM. "Sabia-mos que a linha Corsa seria completa”,
explica Kennedy. “Se só tivéssemos o 1.0, a rentabilidade seria insuficiente para pagar o investimento. E não tinha-mos um produto no segmento de Gol,
Escort e Uno. A nossa idéia era competir com esses carros, mas com uma melhor cobertura do mercado.”
E o que pensam os concorrentes? O gerente de Marketing Luiz Muraca define a posição da Volkswagen: "Nosso planejamento para 1994 está fechado. Não
mudaremos nada. Temos Gol com motor 1.0, 1.6, 1.8 e 2.0. Então, vamos continuar mantendo o primeiro lugar em vendas". O gerente-executivo de Vendas da
Ford, Giovanni Corio, também não demonstra preocupação. "O Corsa não compete com o Escort, devido à diferença de tamanho. Não o consideramos um
rival”, garante. A Fiat preferiu não comentar a novidade.Talvez ainda venha a mudar de idéia.

Além do Corsa 1.6 16v, previsto para o final do ano, e da picape, em 1995, a GM ainda terá versões 1.0 e 1.4 a álcool. Uma curiosidade: nas outras
linhas da montadora, GL representa o modelo básico. E o Corsa, teria ainda versões GLS e CD? "É claro que chamar o 1.4 de GL deixa espaço para criar
uma versão GLS, mas isso ainda não está em nossos planos", garante Themoteo.

Imagem
Corsa GL 1.4 EFI

Imagem
Corsa GL 1.4 EFI

Imagem
As inovações invadem o habitáculo

Imagem
Redesenhado, o painel ganhou um instrumento importante: conta-giros

Imagem
1) Com o rádio desligado, o mostrador digital marca a hora, a data (dia, Mês e ano) e a temperatura externa. Quando se liga o rádio, a data é substituída pela frequência da estação ouvida, AM ou FM. 2) As saídas centrais de ventilação são iguais às do Corsa 1.0, com fluxo de ar direcionável. Mas têm uma função a mais: com o ar condicionado ligado, ajudam a esfriar ou aquecer o habitáculo. 3) O eficiente aparelho de ar-condicionado permite quatro regulagens de temperatura e fluxo de ar quente direcionável (desembaçador). Seu compressor não rouba potência do motor. 4) O rádio/toca-fitas estéreo possui scanner, facilitando a procura de estações de rádio. Com controle de balanço, o som dos auto-falantes nos dois lados do carro fica bem distribuído.

Imagem
Os controles elétricos dos vidros posicionam-se na porta

Imagem
Segurança nos encontos de cabeça e nos cintos de segurança de três pontos traseiros

Imagem
A GM foi discreta nas alterações externas: apenas frisos e um discreto logotipo nas laterais...

Imagem
... e a indicação 1.4 EFI na tampa traseira

Imagem
Ficha Técnica

Imagem
Resultado dos Testes
Responder
  • Tópicos Semelhantes
    Respostas
    Exibições
    Última mensagem

Voltar para “Reportagens”